A Necessidade Urgente da Alfabetização Bíblica. Por, Wilkin, Jen.
- Silon Menezes Jr.

- 14 de set.
- 4 min de leitura
Versículo-chave: "Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança."
— Romanos 15:4
Reflexão:
No Capítulo 2 de "Mulheres da Palavra", Jen Wilkin nos confronta com uma verdade muitas vezes incômoda: a maioria de nós, crentes, carrega um "vago desconforto da nossa falta de conhecimento" bíblico. Sentimos isso quando surgem perguntas difíceis, quando as interpretações se chocam ou quando a vida nos atinge e percebemos as "lacunas e costuras soltas na roupa de nosso entendimento". Não conhecemos a Bíblia como deveríamos, e isso nos deixa vulneráveis e frustradas.

Wilkin observa que a expressão "gastar tempo na Palavra", embora bem-intencionada, tornou-se vaga, levando a hábitos de estudo que "não fará coisa alguma para aumentar o nosso conhecimento e, na pior delas, agirá contra ele de fato", Capítulo 2. Ela identifica seis abordagens comuns, mas ineficazes, que devemos abandonar para cultivar uma verdadeira alfabetização bíblica:
A Abordagem do Alprazolam: Tratar a Bíblia como um "remédio" para nos fazer sentir melhor, buscando versículos isolados para aliviar ansiedade ou tristeza. Isso foca a Bíblia em "mim" e nos impede de ler passagens desafiadoras.
A Abordagem da Bolinha de Fliperama: Abrir a Bíblia aleatoriamente, esperando que Deus fale através de qualquer versículo que apareça. Essa prática ignora o contexto textual, histórico e cultural, tratando as Escrituras com menos respeito do que um "simples livro escolar".
A Abordagem da Bola Mágica: Usar a Bíblia como um oráculo para obter respostas diretas a perguntas pessoais ("Devo me casar com Bob?", "Devo mudar de emprego?"). Isso deturpa o propósito do Espírito Santo através da Palavra, focando em "o que fazer" em vez de "quem devemos ser".
A Abordagem do "Personal Shopper" (Comprador Pessoal): Depender exclusivamente de estudos temáticos ou de terceiros que "selecionam, a dedo e de modo atraente, versículos relevantes" para nós. Isso gera um conhecimento fragmentado e não nos ajuda a "obter propriedade" das Escrituras, pois não fazemos o trabalho de descoberta por nós mesmas.
A Abordagem do Jogo de Telefone Sem Fio: Ler mais sobre a Bíblia do que a própria Bíblia. Embora comentários e livros sejam úteis, eles nunca devem substituir o estudo pessoal, pois podemos acabar lendo "aquilo que alguém diz a respeito do que alguém disse sobre o que a Bíblia diz".
A Abordagem da Escolha do Cardápio: Selecionar apenas as partes da Bíblia que nos são confortáveis ou familiares (como Salmos e Provérbios), enquanto evitamos livros mais desafiadores (como Levítico ou Lamentações). Wilkin nos lembra que "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil. Toda ela", e precisamos de uma "dieta equilibrada" para crescer.
Essas abordagens superficiais podem nos deixar com a sensação de que estamos engajadas, mas elas nos impedem de desenvolver um conhecimento bíblico profundo e transformador. A autora argumenta veementemente que o conhecimento bíblico é crucial para nos proteger "de cairmos no erro", para edificar "mulheres que saibam por que acreditam naquilo que acreditam" e, mais importante, para aprofundar nosso "amor pelo Deus proclamado na Bíblia de modo profundo e ativo".
A solução, então, é uma abordagem intencional e disciplinada, que a autora resume nos "Cinco P’s do Estudo Saudável": Propósito, Perspectiva, Paciência, Processo e Preces. Estes são o caminho para mover a "montanha de ignorância bíblica" e nos aproximar de um Deus que é infinitamente encantador.
Aplicação Prática:
Identifique Seus Hábitos: Reflita honestamente sobre quais das "abordagens ruins" você tem praticado em seu estudo bíblico. O reconhecimento é o primeiro passo para a mudança.
Abandone o Superficial: Comprometa-se a ir além do conforto e da gratificação instantânea. Busque o Deus da Bíblia em todas as Escrituras, não apenas naquelas que "falam" a você imediatamente.
Busque o Conhecimento de Deus: Lembre-se de que a Bíblia é, primeiramente, sobre Deus. Antes de perguntar o que ela significa para você, pergunte o que ela revela sobre Ele. Este é o fundamento de todo estudo saudável.
Oração:
Senhor, reconheço, com Jen Wilkin, que muitas vezes tenho abordado Tua Palavra de maneiras superficiais e ineficazes. Confesso minha preguiça e meu desejo de que a Bíblia sirva aos meus próprios sentimentos e necessidades, em vez de buscar a Ti nela. Ajuda-me, Espírito Santo, a abandonar essas práticas limitadoras. Desperta em mim um desejo profundo por verdadeira alfabetização bíblica, para que eu possa conhecer-Te mais profundamente, ser protegida do erro e amar-Te com toda a minha mente e coração. Transforma meu estudo em uma busca sincera e frutífera. Em nome de Jesus, amém.
Desafio:
Esta semana, escolha uma parte da Bíblia que você normalmente evita ler. Pode ser um livro do Antigo Testamento que parece "difícil", ou um profeta menor. Comprometa-se a ler esse trecho várias vezes, sem buscar interpretações externas de imediato, apenas buscando entender "o que o texto diz" e "o que ele ensina sobre Deus". Anote suas observações e quaisquer perguntas que surgirem. Compartilhe essa experiência com um amigo ou grupo de estudo.
Wilkin, Jen. Mulheres da Palavra: Como Estudar a Bíblia com nossa Mente e Coração (Portuguese Edition) (pp. 17-22). Editora Fiel. Edição do Kindle.


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